A cada dia que passa vejo mais e mais enormes terrenos alguns nem tão enormes assim transformarem-se condomínios onde prédios de 20 e poucos andares são erguidos para receber o tão esperado sonho da casa própria de muita gente. Vejo também uma bagunça generalizada tomando corpo e se fortalecendo de tal maneira que fico assustado. É obra pra cá, entulho pra lá, calçadas quebradas, tratores, ruas interditadas e claro, muitos, muitos carros.
Não serei hipócrita pois moro sim num desses apartamentos e também dirijo um desses carros só que à cada dia, tento interagir melhor com tudo isso porque entendo que a nossa vida de uma maneira ou de outra é uma “grande interação”. Mas como anda essa nossa interação?
Com o crescimento desenfreado do consumo da construção civil e do mercado de automóveis, podemos enxergar claramente que estamos avançando com muita força como sempre para o caos só que desta vez, com uma margem de erro bem pequena, pois tudo está “demais” por aí. Mas será que paramos para pensar nas consequências de todo esse consumo?
Eu converso bastante com alguns amigos sobre as “medidas das coisas” onde por exemplo, acreditamos que poderíamos ter alguma lei que incentivasse o uso de carros tipo Smart, Fiat 500, entre outros “mini carros” para pessoas que andam sozinhas no trânsito. Que poderia também existir um limite de m2 para compra de imóvel de pessoas que vão morar sozinhas, casal, família grande, etc.
Não falo aqui de limite mas sim que esse viés poderia transformar-se num incentivo de consumo consciente, tomando molde a partir das necessidades reais de cada indivíduo, família e grupo de pessoas. Se esse incentivo fosse por exemplo para a “medida certa de cada uso”, um pai de uma família com 4 pessoas poderia ter além daquele “mini carro” para o dia a dia, um outro mais confortável para rodar aos finais de semana, viajar, etc. Um jovem bem sucedido que quer morar sozinho, compraria um apartamento que fosse suficiente para ficar vazio o dia todo e quem sabe até a semana toda e quando este fosse se casar, ele teria um incentivo para dar o próximo passo e adquirir mais alguns m2, e olha que só estou falando da maneira de consumir e não de todos os aspectos e reflexos deste comportamento.
É claro que tudo isso possui um background muito complexo porque traria uma nova realidade de consumo, mas será que uma nova realidade de consumo já não está começando tímidamente à aparecer? Acredito que sim e penso que tanto podemos como devemos acelerar o crescimento deste novo comportamento de consumo trará para todos nós, o marketing da verdade. E você, o que pensa?
#alemdacarne
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